sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Aos pares


como no amor

luz ao fundo do túnel


Os golpes da adversidade são terrivelmente amargos, mas nunca estéreis - Renan , Ernest

...e amanhã o dia será certamente melhor, senão diferente, ou até pior,
o tempo? esse terá seguido o seu caminho

O tempo de fazer...


Não posso dar-me ao luxo da política. Numa ocasião, fiquei cinco minutos a escutar um político e morreu-me um velhinho em Calcutá.

(Madre Teresa de Calcutá)

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Aguarela I


Conforme prometido, aqui está uma aguarela.
Este sítio existe e gostava de saber se alguém o identifica...
As primeiras 1500 respostas certas obterão uma mensagem personalizada, escrita pelo próprio artista - Eu (com e maiúsculo)

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

mosquito II

Desculpem a insistência!

Os meus animais favoritos não são estes - adoro a Pega rabuda, a Pôpa e o Chapim azul...

Mas estava a chover, vi este mosquito "molhado" e... não resisti! Aliás, vou fazer uns zooms!






quinta-feira, 22 de novembro de 2007

sabedoria




A simplicidade é o que há de mais difícil no mundo: é o último resultado da experiência, a derradeira força do génio.

(G. Sand)

a terra







A terra, insultada, vinga-se dando-se flores.
(Tagore)

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

pão por Deus





Um homem só é nobre quando consegue sentir piedade por todas as criaturas

esperar, pensar e jejuar

"Cada um dá o que tem. O guerreiro dá a sua força, o mercador dá os seus artigos, o mestre a sua sabedoria, o camponês o arroz, o pescador os peixes.-Muito bem. E tu o que tens para dar? O que aprendeste, o que sabes fazer?

- Sei pensar. Sei esperar. Sei jejuar.
- Isso é tudo?
-Penso que é tudo!
-E para que serve isso? O jejuar, por exemplo, para que serve?

-É muito útil, senhor. Quando um homem nada tem para comer, jejuar é a coisa mais inteligente a fazer. Se por exemplo, Siddhartha não tivesse aprendido a jejuar, teria hoje de aceitar qualquer serviço, em tua casa ou noutro lugar, porque a fome a isso o obrigaria. Mas assim Siddhartha pode esperar, não conhece a impaciência, não passa dificuldades, pode enfrentar a fome durante muito tempo e rir-se dela. Por isso, senhor, o jejuar é útil."


"Siddhartha um poema indiano", Hermann Hesse

trabalho = diversão?

O Mestre na arte da vida faz pouca distinção entre o seu trabalho e o seu lazer, entre a sua mente e o seu corpo, entre a sua educação e a sua recreação, entre o seu amor e a sua religião. Ele dificilmente sabe distinguir um corpo do outro. Ele simplesmente persegue sua visão de excelência em tudo que faz, deixando para os outros a decisão de saber se está trabalhando ou se divertindo. Ele acha que está sempre fazendo as duas coisas simultaneamente.

Texto budista

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Se tanto me dói que as coisas passem...


Se tanto me dói que as coisas passem
É porque cada instante em mim foi vivo
Na busca de um bem definitivo
Em que as coisas de Amor se eternizassem


Sophia de Mello Breyner Andresen




sábado, 17 de novembro de 2007

a carta a Garcia

Esta semana tive o prazer de me cruzar com a história que deu origem à expressão "levar a carta a Garcia". Trata-se de um mensageiro que teve como missão levar a carta a um Comandante, chamado Garcia, escondido em local incerto, nas montanhas.
A missão foi-lhe atribuida porque, concluiram no Departamento de Recursos Humanos, se alguém fosse capaz de levar a carta a Garcia, seria aquele soldado.

A reflexão, que aqui limitarei ao mínimo possível, é muito actual. Fala-se da noção de cumprir missão, ou dever. Ainda hoje é difícil encontrar pessoas que seriam capazes de levar a carta a Garcia, onde quer que ele estivesse...

Vou então dar algumas das razões pelas quais não o fariam

a razão óbvia - não me apetece;
a sensível - Garcia não merece ler esta carta;
a hipocondríaca - Garcia tem uma doença contagiosa;
a do tipo que "se pudesse seria administrador, sabendo que nunca o vai ser" - eu acho mal e se fosse eu a mandar, nunca escreveria esta carta;
o desleixado - ele está-se borrifando para a carta;
o "tangas" - diz que vai, arranca, mas procura uma doença como alibi, só para o caso de alguém perceber que Garcia nunca recebeu a carta;
o publicitário - antes de ir já todos sabem que vai levar a carta (e será que leva?);
o medroso - o cão do Garcia é bravo e não deixa aproximar;
o merdoso - p'ra quê?
o advogado - ameaça não ir, provocando uma reacção inesperada no autor do pedido, que certamente, um dia, usará a seu favor. Paralelamente avança com uma acção, ainda sem saber porquê.
o engenheiro - faz um cálculo das consequências da entrega da carta, estimando, com rigor apreciável, a população que sabe ler, imprime o estudo e desmonta a impressora para retirar uma peça que desde o primeiro dia chocalha lá dentro;
o arquitecto - faz um esboço da montanha, do Garcia e do emissor, esmerando-se na pessoa do Garcia, desenha esquemas (com quadradinhos) e pinta-os, mete-lhe um vegetal por cima e une com setas;
o formal - marca uma reunião para que o assunto seja tratado (atendendo à incompatibilidade de horários, marca uma reunião prévia, para marcação da primeira). Quanto à carta, digitaliza-a, para que todos tomem conhecimento;
o informal - entra na casa-de-banho, apanha um tipo a saír da retrete e pede-lhe logo ali. Como recompensa paga-lhe um café - ao fim de uma hora, o outro consegue finalmente lavar as mãos.
o taxista - inicia uma "volta turística", sempre a dizer mal do governo e alternadamente a dizer bem;
o formal - vai, se lhe pedir por fax;
o mulherengo - tem precisamente naquele momento "uma gaja boa p'ra comer";
o gajo que fala mais do que faz - tem precisamente naquele momento "duas gajas boas p'ra comer" (na verdade, toda a gente desconfia que esta conversa toda é porque tem vergonha de dizer que é um gajo - mesmo assim só um e não dois);
a gaja - por um lado está com uma enxaqueca horrível. De qualquer forma teria ainda que arranjar as unhas e mudar de roupa;
a mãe da gaja - tem que ir tomar conta dos netos porque a filha se vai arranjar (o genro é um bostas que não ajuda em nada);
o boémio - vai, mas começa por beber umas cervejolas...até que o vão entregar a casa "podre";
o patrão - é a única pessoa que seria capaz de o fazer e, por isso, está sempre ocupado;
o porcalhão - 5 minutos depois de lhe dar a carta, retiramo-la com vergonha que o Garcia a veja;
o submisso - vai imediatamente, mesmo sem saber quem é o destinatário;
o médico - recomenda a forma correcta para ir, mas só se responsabiliza pelo método no exacto momento em que o prescreveu. Não dá esperança de vida.
o parvo - manda ir imediatamente, mas não diz onde;
o patriota - vai porque o país precisa (só que não vai);
o burocrata - quer um documento, "assinado por quem de direito", para capear uma pasta com impressos que utilizará para documentar não só o pedido, como a própria ida. Há também que posteriormente conferir tudo isso;
o conflituoso - não fala com o Garcia, nem com a mulher, senão iria certamente;
o maricas - não vai porque Garcia já foi mal educado com ele;
o revoltado - discursa e pragueja porque sempre que há confusão é ele que vai levar a carta (só que perde-se a discursar e também não vai);
o gajo que me irrita solenemente - é p'ra ir?
o chefe - pediram-lhe para ir, não percebeu nada porque sabia desde o início que ía mandar outro, o que faz de imediato (não verbalmente, mas através de Post it);
o tótó - volta tardiamente com a carta, com a certeza que andou muito próximo, senão na própria rua;
o utópico - vai, no dia em que todos recebam uma carta;
o aldrabão - aparece horas depois, dizendo que já foi;
o economista - vai, se for dedutível, de acordo com um plano, que vai mandar fazer;
o charlatão - mostra um papel qualquer da sua empresa, procura letras suficientes para fazer um palavrão como ISO, OSHA, ASNO, e utiliza-o como argumento para facturar, duplicando toda a papelada para que o Garcia também pague o mesmo serviço;
o excêntrico - diz que não vai, mas sempre pensando ir (acaba por não ir porque alguém se desorienta com a sua frontalidade);
o sabedor - marca a ida para uma 6ª feira (após 5ª feriado), isto porque adora passar férias naquela zona;
o taberneiro - leva um pratinho com umas coisas saborosas e carregadas de sal, na esperança do Garcia mamar umas cervejas (acaba não indo porque se entretem a tentar falsificar o conteúdo das garrafas);
o futebolista - teria um orgulho louco em ir, mas tem uma coisa no joelho e não sabendo o que é, prefere não arriscar;
o ecológico - iria, se houvesse uma bicicleta;
o pintas - vai, mas só depois do ginásio;

de novo, o gajo que me irrita solenemente - sempre é p'ra ir?

e o desgraçado do Garcia à espera...



enfim, há mil e uma razões para que não se leve a carta a garcia

Será que há, afinal ,alguma razão para a levar?

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

o mosquito



A lesma

Perdoem-me várias coisas:

ter estado ausente,
estar a privilegiar o texto,
as aguarelas...
Bem,
ter estado ausente não tem desculpa! as coisas fazem-se, ou não se fazem.
as aguarelas...

o texto...
um dia falarei sobre a estúpida tendência de seguir o caminho mais difícil...de facto, com a escrita as coisas correm-me menos bem do que com a natureza, onde todas as demonstrações têm uma assinatura divina. Da mesma forma, mas com consequências distintas, encontramos por aí muita legislação inestética, pelo que tenho optado por escrever. Prometo que vou compensar a falha.


Agora que estou desculpado, a lesma.

A LESMA

Aqueles que pensam que o caracol é um animal deliciosamente estranho, por consequência da sua formula de "auto-sobrevivência" (ou coisa que o valha) no que diz respeito à reprodução, fiquem alerta pois encontrei na natureza um animal mais fascinante.
Eu disse animal? BEM, a questão é exactamente a classificação da lesma.

É que a lesma, um mixomicete, ou um protoplasma autoactivante ambulante, como queiramos (desde que não sirva de desculpa para passarmos a dirigir-nos a ela como PAA), é na práctica um fungo mucoso e não um animal.

Será isto uma distracção de Lineu?

Não. Esta nossa amiga ranhosa tem a particularidade de só atingir esta figura quando não consegue singrar como fungo mucoso - Já todos meteram a mão num esgoto e sentiram uma coisa parecida com gelatina a que só apetece chamar fungo mucoso? é a isso que me refiro. Pois enquanto a vida unicelular destes amigos for "de vento em popa", não temos lesma.
Depois desta transformação ela rasteja até que uma de duas coisas aconteça, sendo a primeira uma pisadela, ou outra mais sádica (normalmente reservada a hortelãos prejudicados). A segunda é que ela se volta a transformar numa planta, pronta a libertar milhões de esporos que voarão ao vento para recomeçarem o processo.
Diz o Sr. Bill Bryson, de quem adaptei o texto, que "durante milhões de anos, isso pode muito bem ter sido o truque mais habilidoso do universo".

Eu concordo

P.S. após ter ido à Wikipédia pesquisar por lesma, busquei novamente no atalho hermafrodita, tendo obtido esta descrição deliciosa:

"Os hermafroditas, em sua maioria, possuem coluna torta. Ex: Cavalo marinho. Por essa razão tendem a dançar músicas árabes tais quais as cobras dos cestos orientais. Podemos constatar em algumas espécies hermafroditas a sua perturbação emocional em relação ao seu sexo, este fato pode levar á atos de má educação."

Digo-vos que não veria com maus olhos a possibilidade de "autonomia", mas as costas tortas, dispenso.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Auto-retrato


Deus me livre de ser normótico

O mundo "normal" nos atrai.
Enquanto atrai nos distrai.
E porque nos distrai nos trai.
Se nos deixamos trair, ele nos destrói...

A pedido de alguns milhares de leitores atentos, deixo a direcção para um texto que fala da doença Normose, do qual retirei o que acabaram de ver.
A esses leitores dedico também a minha condição de "não plagiar". Fiquem sabendo que tudo o que aqui vêem é meu - original. As excepções estão sempre bem identificadas, como é o caso.


"ela" é mesmo a minha mulher.
"eu" sou eu, na verdade.

Em qualquer dos casos só havia 2 hipóteses:
1.escolhia modelos internacionais;
2.escurecia as nossas imagens .

Atendendo a que quem quer apreciar material do bom sabe onde ir, escureci as nossas imagens!


Leiam o texto e não se esqueçam: o facto de terem chegado até aqui (X) significa que já não são 100% normais.


http://www.cuidardoser.com.br/normose-egosclerose.htm




quarta-feira, 7 de novembro de 2007

O Senhor do colete amarelo

Hoje pela manhã, estava eu a entregar a minha filha aos avós,quando fomos abordados por um Senhor, cujo nome não perguntei e que passarei a chamar de Senhor do colete amarelo, apenas porque estava vestido com um colete amarelo.
Ora o Senhor do colete amarelo após pedir licença a todos, individualmente, e apenas depois de a obter, individualmente, contou uma anedota. Rimos da anedota, como da situação, mas talvez principalmente porque fomos contagiados pela alegria do Senhor do colete amarelo. O Senhor seguiu, rindo e deixando-nos a rir.

Como eu queria que a minha filha fosse suficientemente crescida para ter apreendido este exemplo...Como eu gostaria de evitar que ela fosse Normótica*...

Obrigado,
Senhor do colete amarelo, por nos fazer sonhar que amanhã, no IC19, poderíamos todos cumprimentar-nos e contar anedotas e que, quando alguém nos apitasse, estaria apenas a desejar Bom dia, ou a replicar a um tiro num barco de três.

Fantasia à parte, pelo menos aposto que o nosso bem estar depende muito mais de nós do que normalmente** imaginamos - o Senhor do colete amarelo colhe o seu, semeando nos outros.
E se amanhã ele não usar o colete amarelo? Como poderei prestar-lhe atenção? À cautela, vou escutar todos os que se cruzem comigo, não vá um deles ser o Senhor do colete amarelo.

*Normótico - pessoa que sofre da doença de ser normal;
**Normalmente - advérbio de modo, usado (quase sempre de forma errada) como suporte para comportamentos praticados por normóticos

terça-feira, 6 de novembro de 2007

inspirações


corte de água - creio que hoje também se lhe chama Olho de Boi - da casa onde viveu Florbela Espanca.
Nota pessoal:
À escepção dos galinácios, em que é a fémea a sacrificada - veja-se a Canja de galinha, a Cabidela de galinha, ou a Muamba de galinha - apenas a cabidela se admite que seja de galo do campo, temos nos restantes animais uma utilização predominantemente masculina. São exemplos a Orelha de Porco, o Rabo e o Olho de Boi.


O que para uns é lixo...



fotografia retirada na rua onde nasceu Bento de Jesus Caraça

A vista da minha janela, através duma lente suja






domingo, 4 de novembro de 2007

Almas gémeas

Pegada ecológica

















E não é que deixaram???

Viva quem ama




Sei que comparado com o Universo ainda vi pouco.
Sei também que comparado com o universo pouco mais verei.
Até agora, são do amor as experiências que melhor guardo e revivo.
O universo, infelizmente, duvido!

De repente ali estava contrastante,
o musgo rigorosamente gravado.

Bem, acho que é o desejo de qualquer um, poder num dia de passeio, desinteressadamente, dar de caras com a mensagem: Amo-te muito...

ANABELA!