quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Ausência Natalícia

Pois é!

Tenho estado muito ausente...estive doente, com uma gripe familiar, que nem me deixou curtir o Natal - e aqui está o mote para algo que pretendo explorar muito em breve - talvez já a seguir - o Natal - a festa dos presentinhos.
Lamentavelmente, preparei o meu equipamento para fotografar os montes de lixo acumulado à volta dos caixotes cheios, pensando que era este ano que ía assassinar o Natal, mas faltaram-me as forças, pois já o Natal me havia dado um tiro bem certeiro - estava de rastos .
Mato o próximo, não faz mal!
De qualquer forma é extremamente difícil criticar o Natal sem dizer uma enormidade de frases feias e gastas.
...tento ainda recuperar e vou ao Google (agora, a propósito de Google, deixo o aviso - NUNCA pesquisem a palavra Google, no Google - as consequências até ao momento conhecidas, são suficientemente assustadoras para que alguém, senão todo o planeta pague(m) por...enfim...) vou ao Google, dizia eu e pesquiso o conjunto de palavras "natal caixote lixo" - obtendo tudo menos o que queria - sim, tudo - uma tipa descascada, posando dentro de um caixote e uma mala de senhora despejada, numa exibição, que realmente me fez recordar as palavras caixote e lixo - também aqui o Natal estava a mais...
Talvez se falar do novo ano que aí vem, pois o que lá vai, pouco ou nada interessa.

É isso! Falo do Ano Novo!
Mas agora é tarde. Só se for amanhã.


Entretanto, não se esqueçam que a partir do dia 1, passa a ser proibido fumar em alguns locais, destacando agora um, ainda que não seja o mais importante, na minha opinião - em parques subterrâneos - se gostava de fumar em parques subterrâneos, aproveite bem, porque vai deixar de o poder fazer.
Pois é, a pouco e pouco a vida vai-se extinguindo nos parques subterrâneos: foram os meios queijos não embalados, o leitão em vitrine e agora o fumo...maldita Europa.
Amanhã falamos, se ainda estiver revoltado!
Em forma de satisfação aos vários leitores que pensam que os engano, justifico a minha ausência com uma descrição da minha doença - minha não, pois somos uma família de 4 e o adivinhado contágio familiar mais uma vez creditou. Por sorte fomos vistos por 5 médicos diferentes e acabámos por nos divertir, pois tivemos:
1 gripe;
1 escarlatina;
1 bronquiolite;
1 intoxicação por produtos químicos;
1 indecisão.
só o miúdo não riu, pois acabou por conhecer os dissabores de uma injecção de penincilina no traseiro, que ainda hoje não recomenda!

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

conversa entre dois sobreiros que adoram a solidão




I


Copa escura,
meu tronco nu, elegante.
o trigo me aconchega. As estevas...
me alimentam folhas caídas,
formigas, terra lavrada, torrões,
tudo me alimenta, e nada. Nada!





II



cal,
cuco,
ocre,
negro,
me visitam
ondulantes, do calor
mas estáticos! Majestáticos!

domingo, 16 de dezembro de 2007

Árvores do Alentejo



Horas mortas... Curvada aos pés do Monte
A planície é um brasido e, torturadas,
As árvores sangrentas, revoltadas,
Gritam a Deus a benção duma fonte

E quando, manhã alta, o sol posponte
A oiro a giesta, a arder, pelas estradas,
Esfíngicas, recortam desgrenhadas
Os trágicos perfis no horizonte!

Árvores! Corações, almas que choram,
Almas iguais à minha, almas que imploram
Em vão remédio para tanta mágoa!

Árvores! Não choreis! Olhai e vede:
Também ando a gritar, morta de sede,
Pedindo a Deus a minha gota de água!




Florbela Espanca

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

o tratado renovador


Mais um dia ganho...Agora somos mais iguais, como já hoje ouvi dizer.


Não sou pessimista mas, não acredito num sistema em que o próprio Estado já não consegue cumprir, nos seus serviços, a legislação que importa. É um banho de progresso, mas numa praia sem bandeira azul.


A propósito, estando a ASAE em greve (por falta de condições de trabalho), quem é que vai fiscalizar se o Mosteiro dos Jerónimos fica como estava?

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

O pote rachado

Um carregador de água na Índia levava dois potes grandes, ambos pendurados em cada ponta de uma vara a qual ele carregava atravessada em seu pescoço. Um dos potes tinha uma rachadura, enquanto o outro era perfeito e sempre chegava cheio de água no fim da longa jornada entre o poço e a casa do chefe. O pote rachado chegava apenas pela metade.
Foi assim por dois anos, diariamente, o carregador entregando um pote e meio de água na casa de seu chefe. Claro, o pote perfeito estava orgulhoso de suas realizações. Porém, o pote rachado estava envergonhado de sua imperfeição, e sentindo-se miserável por ser capaz de realizar apenas a metade do que havia sido designado a fazer.
Após perceber que por dois anos havia sido uma falha amarga, o pote falou para o homem um dia, à beira do poço:
- Estou envergonhado, quero pedir-lhe desculpas.
- Por quê?, perguntou o homem. - De que você está envergonhado?
- Nesses dois anos eu fui capaz de entregar apenas metade da minha carga, porque essa rachadura no meu lado faz com que a água vaze por todo o caminho da casa de seu senhor. Por causa do meu defeito, você tem que fazer todo esse trabalho, e não ganha o salário completo dos seus esforços, disse o pote.
O homem ficou triste pela situação do velho pote, e com compaixão falou:
- Quando retornarmos para a casa do meu senhor, quero que percebas as flores ao longo do caminho.
De fato, à medida que eles subiam a montanha, o velho pote rachado notou flores selvagens ao lado do caminho, e isto lhe deu ânimo. Mas ao fim da estrada, o pote ainda se sentia mal porque tinha vazado a metade, e de novo pediu desculpas ao homem por sua falha. Disse o homem ao pote:
- Você notou que pelo caminho só havia flores no seu lado do caminho??? Notou ainda que a cada dia, enquanto voltávamos do poço, você as regava??? Por dois anos eu pude colher flores para ornamentar a mesa do meu senhor. Sem você ser do jeito que você é, ele não poderia ter essa beleza para dar graça à sua casa.

Desculpem...é um puro copy paste. Na verdade eu tenho sido o meu único visitante...Sou o pote rachado...

domingo, 9 de dezembro de 2007

ao Sol


F=GmM/d2
é a força com que caio na terra, ao pôr-se o Sol
e com ela me ergo diariamente, a gravidade
é a equação de uma vida inteira,
o equilíbrio entre levitar e cair.
É uma dança subtil,
leve e linda se aprendida.
No chão, porém
Galileu Galilei e a sua estúpida lei da inércia divertem-se

com o meu corpo.

Ainda bem que o Sol nasce sempre...
e a dança continua.




sábado, 8 de dezembro de 2007

sem inspiração



domingo, 2 de dezembro de 2007

Saudação ao Sol II

Eu sei que devemos saudar o Sol nascente...

sábado, 1 de dezembro de 2007

ilusão



A realidade é apenas uma ilusão, ainda que muito persistente

Albert Einstein

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Aos pares


como no amor

luz ao fundo do túnel


Os golpes da adversidade são terrivelmente amargos, mas nunca estéreis - Renan , Ernest

...e amanhã o dia será certamente melhor, senão diferente, ou até pior,
o tempo? esse terá seguido o seu caminho

O tempo de fazer...


Não posso dar-me ao luxo da política. Numa ocasião, fiquei cinco minutos a escutar um político e morreu-me um velhinho em Calcutá.

(Madre Teresa de Calcutá)

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Aguarela I


Conforme prometido, aqui está uma aguarela.
Este sítio existe e gostava de saber se alguém o identifica...
As primeiras 1500 respostas certas obterão uma mensagem personalizada, escrita pelo próprio artista - Eu (com e maiúsculo)

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

mosquito II

Desculpem a insistência!

Os meus animais favoritos não são estes - adoro a Pega rabuda, a Pôpa e o Chapim azul...

Mas estava a chover, vi este mosquito "molhado" e... não resisti! Aliás, vou fazer uns zooms!






quinta-feira, 22 de novembro de 2007

sabedoria




A simplicidade é o que há de mais difícil no mundo: é o último resultado da experiência, a derradeira força do génio.

(G. Sand)

a terra







A terra, insultada, vinga-se dando-se flores.
(Tagore)

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

pão por Deus





Um homem só é nobre quando consegue sentir piedade por todas as criaturas

esperar, pensar e jejuar

"Cada um dá o que tem. O guerreiro dá a sua força, o mercador dá os seus artigos, o mestre a sua sabedoria, o camponês o arroz, o pescador os peixes.-Muito bem. E tu o que tens para dar? O que aprendeste, o que sabes fazer?

- Sei pensar. Sei esperar. Sei jejuar.
- Isso é tudo?
-Penso que é tudo!
-E para que serve isso? O jejuar, por exemplo, para que serve?

-É muito útil, senhor. Quando um homem nada tem para comer, jejuar é a coisa mais inteligente a fazer. Se por exemplo, Siddhartha não tivesse aprendido a jejuar, teria hoje de aceitar qualquer serviço, em tua casa ou noutro lugar, porque a fome a isso o obrigaria. Mas assim Siddhartha pode esperar, não conhece a impaciência, não passa dificuldades, pode enfrentar a fome durante muito tempo e rir-se dela. Por isso, senhor, o jejuar é útil."


"Siddhartha um poema indiano", Hermann Hesse

trabalho = diversão?

O Mestre na arte da vida faz pouca distinção entre o seu trabalho e o seu lazer, entre a sua mente e o seu corpo, entre a sua educação e a sua recreação, entre o seu amor e a sua religião. Ele dificilmente sabe distinguir um corpo do outro. Ele simplesmente persegue sua visão de excelência em tudo que faz, deixando para os outros a decisão de saber se está trabalhando ou se divertindo. Ele acha que está sempre fazendo as duas coisas simultaneamente.

Texto budista

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Se tanto me dói que as coisas passem...


Se tanto me dói que as coisas passem
É porque cada instante em mim foi vivo
Na busca de um bem definitivo
Em que as coisas de Amor se eternizassem


Sophia de Mello Breyner Andresen




sábado, 17 de novembro de 2007

a carta a Garcia

Esta semana tive o prazer de me cruzar com a história que deu origem à expressão "levar a carta a Garcia". Trata-se de um mensageiro que teve como missão levar a carta a um Comandante, chamado Garcia, escondido em local incerto, nas montanhas.
A missão foi-lhe atribuida porque, concluiram no Departamento de Recursos Humanos, se alguém fosse capaz de levar a carta a Garcia, seria aquele soldado.

A reflexão, que aqui limitarei ao mínimo possível, é muito actual. Fala-se da noção de cumprir missão, ou dever. Ainda hoje é difícil encontrar pessoas que seriam capazes de levar a carta a Garcia, onde quer que ele estivesse...

Vou então dar algumas das razões pelas quais não o fariam

a razão óbvia - não me apetece;
a sensível - Garcia não merece ler esta carta;
a hipocondríaca - Garcia tem uma doença contagiosa;
a do tipo que "se pudesse seria administrador, sabendo que nunca o vai ser" - eu acho mal e se fosse eu a mandar, nunca escreveria esta carta;
o desleixado - ele está-se borrifando para a carta;
o "tangas" - diz que vai, arranca, mas procura uma doença como alibi, só para o caso de alguém perceber que Garcia nunca recebeu a carta;
o publicitário - antes de ir já todos sabem que vai levar a carta (e será que leva?);
o medroso - o cão do Garcia é bravo e não deixa aproximar;
o merdoso - p'ra quê?
o advogado - ameaça não ir, provocando uma reacção inesperada no autor do pedido, que certamente, um dia, usará a seu favor. Paralelamente avança com uma acção, ainda sem saber porquê.
o engenheiro - faz um cálculo das consequências da entrega da carta, estimando, com rigor apreciável, a população que sabe ler, imprime o estudo e desmonta a impressora para retirar uma peça que desde o primeiro dia chocalha lá dentro;
o arquitecto - faz um esboço da montanha, do Garcia e do emissor, esmerando-se na pessoa do Garcia, desenha esquemas (com quadradinhos) e pinta-os, mete-lhe um vegetal por cima e une com setas;
o formal - marca uma reunião para que o assunto seja tratado (atendendo à incompatibilidade de horários, marca uma reunião prévia, para marcação da primeira). Quanto à carta, digitaliza-a, para que todos tomem conhecimento;
o informal - entra na casa-de-banho, apanha um tipo a saír da retrete e pede-lhe logo ali. Como recompensa paga-lhe um café - ao fim de uma hora, o outro consegue finalmente lavar as mãos.
o taxista - inicia uma "volta turística", sempre a dizer mal do governo e alternadamente a dizer bem;
o formal - vai, se lhe pedir por fax;
o mulherengo - tem precisamente naquele momento "uma gaja boa p'ra comer";
o gajo que fala mais do que faz - tem precisamente naquele momento "duas gajas boas p'ra comer" (na verdade, toda a gente desconfia que esta conversa toda é porque tem vergonha de dizer que é um gajo - mesmo assim só um e não dois);
a gaja - por um lado está com uma enxaqueca horrível. De qualquer forma teria ainda que arranjar as unhas e mudar de roupa;
a mãe da gaja - tem que ir tomar conta dos netos porque a filha se vai arranjar (o genro é um bostas que não ajuda em nada);
o boémio - vai, mas começa por beber umas cervejolas...até que o vão entregar a casa "podre";
o patrão - é a única pessoa que seria capaz de o fazer e, por isso, está sempre ocupado;
o porcalhão - 5 minutos depois de lhe dar a carta, retiramo-la com vergonha que o Garcia a veja;
o submisso - vai imediatamente, mesmo sem saber quem é o destinatário;
o médico - recomenda a forma correcta para ir, mas só se responsabiliza pelo método no exacto momento em que o prescreveu. Não dá esperança de vida.
o parvo - manda ir imediatamente, mas não diz onde;
o patriota - vai porque o país precisa (só que não vai);
o burocrata - quer um documento, "assinado por quem de direito", para capear uma pasta com impressos que utilizará para documentar não só o pedido, como a própria ida. Há também que posteriormente conferir tudo isso;
o conflituoso - não fala com o Garcia, nem com a mulher, senão iria certamente;
o maricas - não vai porque Garcia já foi mal educado com ele;
o revoltado - discursa e pragueja porque sempre que há confusão é ele que vai levar a carta (só que perde-se a discursar e também não vai);
o gajo que me irrita solenemente - é p'ra ir?
o chefe - pediram-lhe para ir, não percebeu nada porque sabia desde o início que ía mandar outro, o que faz de imediato (não verbalmente, mas através de Post it);
o tótó - volta tardiamente com a carta, com a certeza que andou muito próximo, senão na própria rua;
o utópico - vai, no dia em que todos recebam uma carta;
o aldrabão - aparece horas depois, dizendo que já foi;
o economista - vai, se for dedutível, de acordo com um plano, que vai mandar fazer;
o charlatão - mostra um papel qualquer da sua empresa, procura letras suficientes para fazer um palavrão como ISO, OSHA, ASNO, e utiliza-o como argumento para facturar, duplicando toda a papelada para que o Garcia também pague o mesmo serviço;
o excêntrico - diz que não vai, mas sempre pensando ir (acaba por não ir porque alguém se desorienta com a sua frontalidade);
o sabedor - marca a ida para uma 6ª feira (após 5ª feriado), isto porque adora passar férias naquela zona;
o taberneiro - leva um pratinho com umas coisas saborosas e carregadas de sal, na esperança do Garcia mamar umas cervejas (acaba não indo porque se entretem a tentar falsificar o conteúdo das garrafas);
o futebolista - teria um orgulho louco em ir, mas tem uma coisa no joelho e não sabendo o que é, prefere não arriscar;
o ecológico - iria, se houvesse uma bicicleta;
o pintas - vai, mas só depois do ginásio;

de novo, o gajo que me irrita solenemente - sempre é p'ra ir?

e o desgraçado do Garcia à espera...



enfim, há mil e uma razões para que não se leve a carta a garcia

Será que há, afinal ,alguma razão para a levar?

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

o mosquito



A lesma

Perdoem-me várias coisas:

ter estado ausente,
estar a privilegiar o texto,
as aguarelas...
Bem,
ter estado ausente não tem desculpa! as coisas fazem-se, ou não se fazem.
as aguarelas...

o texto...
um dia falarei sobre a estúpida tendência de seguir o caminho mais difícil...de facto, com a escrita as coisas correm-me menos bem do que com a natureza, onde todas as demonstrações têm uma assinatura divina. Da mesma forma, mas com consequências distintas, encontramos por aí muita legislação inestética, pelo que tenho optado por escrever. Prometo que vou compensar a falha.


Agora que estou desculpado, a lesma.

A LESMA

Aqueles que pensam que o caracol é um animal deliciosamente estranho, por consequência da sua formula de "auto-sobrevivência" (ou coisa que o valha) no que diz respeito à reprodução, fiquem alerta pois encontrei na natureza um animal mais fascinante.
Eu disse animal? BEM, a questão é exactamente a classificação da lesma.

É que a lesma, um mixomicete, ou um protoplasma autoactivante ambulante, como queiramos (desde que não sirva de desculpa para passarmos a dirigir-nos a ela como PAA), é na práctica um fungo mucoso e não um animal.

Será isto uma distracção de Lineu?

Não. Esta nossa amiga ranhosa tem a particularidade de só atingir esta figura quando não consegue singrar como fungo mucoso - Já todos meteram a mão num esgoto e sentiram uma coisa parecida com gelatina a que só apetece chamar fungo mucoso? é a isso que me refiro. Pois enquanto a vida unicelular destes amigos for "de vento em popa", não temos lesma.
Depois desta transformação ela rasteja até que uma de duas coisas aconteça, sendo a primeira uma pisadela, ou outra mais sádica (normalmente reservada a hortelãos prejudicados). A segunda é que ela se volta a transformar numa planta, pronta a libertar milhões de esporos que voarão ao vento para recomeçarem o processo.
Diz o Sr. Bill Bryson, de quem adaptei o texto, que "durante milhões de anos, isso pode muito bem ter sido o truque mais habilidoso do universo".

Eu concordo

P.S. após ter ido à Wikipédia pesquisar por lesma, busquei novamente no atalho hermafrodita, tendo obtido esta descrição deliciosa:

"Os hermafroditas, em sua maioria, possuem coluna torta. Ex: Cavalo marinho. Por essa razão tendem a dançar músicas árabes tais quais as cobras dos cestos orientais. Podemos constatar em algumas espécies hermafroditas a sua perturbação emocional em relação ao seu sexo, este fato pode levar á atos de má educação."

Digo-vos que não veria com maus olhos a possibilidade de "autonomia", mas as costas tortas, dispenso.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Auto-retrato


Deus me livre de ser normótico

O mundo "normal" nos atrai.
Enquanto atrai nos distrai.
E porque nos distrai nos trai.
Se nos deixamos trair, ele nos destrói...

A pedido de alguns milhares de leitores atentos, deixo a direcção para um texto que fala da doença Normose, do qual retirei o que acabaram de ver.
A esses leitores dedico também a minha condição de "não plagiar". Fiquem sabendo que tudo o que aqui vêem é meu - original. As excepções estão sempre bem identificadas, como é o caso.


"ela" é mesmo a minha mulher.
"eu" sou eu, na verdade.

Em qualquer dos casos só havia 2 hipóteses:
1.escolhia modelos internacionais;
2.escurecia as nossas imagens .

Atendendo a que quem quer apreciar material do bom sabe onde ir, escureci as nossas imagens!


Leiam o texto e não se esqueçam: o facto de terem chegado até aqui (X) significa que já não são 100% normais.


http://www.cuidardoser.com.br/normose-egosclerose.htm




quarta-feira, 7 de novembro de 2007

O Senhor do colete amarelo

Hoje pela manhã, estava eu a entregar a minha filha aos avós,quando fomos abordados por um Senhor, cujo nome não perguntei e que passarei a chamar de Senhor do colete amarelo, apenas porque estava vestido com um colete amarelo.
Ora o Senhor do colete amarelo após pedir licença a todos, individualmente, e apenas depois de a obter, individualmente, contou uma anedota. Rimos da anedota, como da situação, mas talvez principalmente porque fomos contagiados pela alegria do Senhor do colete amarelo. O Senhor seguiu, rindo e deixando-nos a rir.

Como eu queria que a minha filha fosse suficientemente crescida para ter apreendido este exemplo...Como eu gostaria de evitar que ela fosse Normótica*...

Obrigado,
Senhor do colete amarelo, por nos fazer sonhar que amanhã, no IC19, poderíamos todos cumprimentar-nos e contar anedotas e que, quando alguém nos apitasse, estaria apenas a desejar Bom dia, ou a replicar a um tiro num barco de três.

Fantasia à parte, pelo menos aposto que o nosso bem estar depende muito mais de nós do que normalmente** imaginamos - o Senhor do colete amarelo colhe o seu, semeando nos outros.
E se amanhã ele não usar o colete amarelo? Como poderei prestar-lhe atenção? À cautela, vou escutar todos os que se cruzem comigo, não vá um deles ser o Senhor do colete amarelo.

*Normótico - pessoa que sofre da doença de ser normal;
**Normalmente - advérbio de modo, usado (quase sempre de forma errada) como suporte para comportamentos praticados por normóticos

terça-feira, 6 de novembro de 2007

inspirações


corte de água - creio que hoje também se lhe chama Olho de Boi - da casa onde viveu Florbela Espanca.
Nota pessoal:
À escepção dos galinácios, em que é a fémea a sacrificada - veja-se a Canja de galinha, a Cabidela de galinha, ou a Muamba de galinha - apenas a cabidela se admite que seja de galo do campo, temos nos restantes animais uma utilização predominantemente masculina. São exemplos a Orelha de Porco, o Rabo e o Olho de Boi.


O que para uns é lixo...



fotografia retirada na rua onde nasceu Bento de Jesus Caraça

A vista da minha janela, através duma lente suja






domingo, 4 de novembro de 2007

Almas gémeas

Pegada ecológica

















E não é que deixaram???

Viva quem ama




Sei que comparado com o Universo ainda vi pouco.
Sei também que comparado com o universo pouco mais verei.
Até agora, são do amor as experiências que melhor guardo e revivo.
O universo, infelizmente, duvido!

De repente ali estava contrastante,
o musgo rigorosamente gravado.

Bem, acho que é o desejo de qualquer um, poder num dia de passeio, desinteressadamente, dar de caras com a mensagem: Amo-te muito...

ANABELA!

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

eu já plantei uma árvore...ou mais

Antes de imprimir este e-mail pense bem se tem mesmo que o fazer. Há cada vez menos árvores!

Quem ainda não reenviou um e-mail, tendo-se esquecido de apagar esta mensagem, que atire a primeira pedra...
É claro que já todos o fizemos - e porquê? Porque somos distraídos.

Falo por mim. Aliás, é de mim que falo.

Adoro imprimir um e-mail e gatafunhá-lo com uma caneta, desde que, obviamente, deslize bem.
Adoro pegar num livro, cheirar um livro e desfolhar um livro - esta última é um pequeno prazer preverso, porque me dá a oportunidade de ouvir a minha companheira rir, gritar e dizer FOLHEAR!
Adoro pegar no e- mail gatafunhado, já que não desfolhei o livro, amarrotá-lo e encestá-lo no caixote.
Adoro pegar noutra folha e percorrê-la com uma boa tesoura, repetindo incessantemente até que a corte com uma única passagem.

Digamos que adoro papel.

E pensar que a moda já não é usar kispos de marca, mas esfregar na cara de quem adora papel, uma mensagem com este peso...

Não querendo aproveitar a oportunidade de escrever para massas para influenciar a sociedade, não posso deixar de desabafar, propondo que enxovalhemos esta rapaziada, perguntando-lhes coisas como: Diga três nomes de árvore? Qual é a árvore autoctone do local onde nasceu? Que espécies habitavam a sua área de residência antes do meu amigo comprar lá casa? O que lhes fizeram? Quando decide descansar (de escrever estas coisas), vai de carro ou a pé? De que cor são as escadas do seu prédio? E as do emprego? Em que caixote deita cascas de batata e ossos de galinha? Costuma escrever coisas giras com o ar condicionado ligado ou veste um casaquinho?

É que quase que dão a ideia que estão preocupados com as árvores.
O pior é que escrevem isto a verde, pelo que, não só estragamos as 10 a 20 árvores, como rebentamos com o tinteiro da cor, que acaba por ir fora com o azul e o magenta cheios.

Isto das modas dava para falar uma noite inteira...
Perdoem-me os senhores do Tantum VERDE, que tiveram a ideia quando ainda não se falava destas coisas.




Ao ler este post sem o imprimir, está a manipular um teclado onde, à média de 100 a 200 ácaros, bactérias e afins por tecla, o que dá…é fazer as contas.

A folha impressa é previamente aquecida, pelo que 95% da bicheza é morta.

IMPRIMA, É MAIS HIGIÉNICO.

terça-feira, 30 de outubro de 2007

voo por aí

Liberdade

Aqui nesta praia onde

Não há nenhum vestígio de impureza,

Aqui onde há somente

Ondas tombando ininterruptamente,


Puro espaço e lúcida unidade,

Aqui o tempo apaixonadamente

Encontra a própria liberdade.




ela

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

esteticoterapia


As emoções refinadas e os sentimentos puros não só santificam a alma, mas sanificam o corpo.

O que você faz com seus momentos de lazer tem uma importância imensurável, pois decide a favor ou contra a sua saúde.

Retirado de um livro do Professor Hermógenes sobre Yoga e saúde


Não vou explicar o que é, mas dizer que podemos tratar da nossa saúde, ou da nossa doença.

Para a saúde, Hermógenes recomenda Caminhar em silêncio em comunhão com a natureza, o Riso, o Cântico de músicas folclóricas ou infantis, o Satsang (sat verdade, Deus; sang grupo de pessoas, reunião) e o Audiovisual, como a visualização de imagens combinada com leitura de poesia e música de fundo.

Para a doença, nada recomendo, mas há para aí umas "drogas com comparticipação do Estado"...

Bom, agora vou tomar os comprimidos e ...caminha!

o amor é




O amor é estético!

E quem não gosta?

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Louvor ao trabalho nocturno

O meu respeito a quem acorda às 5 da manhã para ir roubar!
Eu já trabalhei por turnos e era um grande sacrifício que fazia...
Meus senhores, estamos na presença de profissionais esforçados, pelo que a homenagem é merecida e o exemplo a ser seguido.

Será que temos sido trabalhadores dedicados? Aceitaríamos nós uma tão esforçada forma de ganhar a vida?
Bem hajam os que trabalham de noite para assegurar os vícios desta sociedade (estupidamente) diurna.

Situação resolvida.
Queixa apresentada na esquadra.
Vou voltar p'ra cama.
Não sou gatuno, esta frio e tenho sono!

- Pai, tenho xixi e fome. Depois queres ir comigo ver o Panda?

Aprofundo a análise...

Não é só o sacrifício que estes senhores fazem pelo seu sustento, mas também a forma como contribuem para uma sociedade cada vez melhor. Vejamos:

O TRANSITO - estes homens e estas mulheres desenvolvem a sua actividade sem para isso terem que ir fazer fila para o IC19 - dão-nos assim uma manhã menos enervante e muito melhor para O AMBIENTE: atendendo ao CO2 que não emitem, porque optimizam as suas viagens, contribuem assim, gratuitamente, para que este país atinja os seus objectivos nesta matéria. O motor do automóvel também lhes agradece.
Pessoas que roubam para entregar para A RECICLAGEM garantem O EMPREGO a sucateiros que, não sendo operadores de resíduos certificados, têm dificuldade em seguir com o seu negócio. Têm ainda, estas nobres profissões, a vantagem de ajudar ao cumprimento da meta do DÉFICE, ao reduzir as despesas da função pública, com o preenchimento de guias de acompanhamento, de transporte, estatísticas, etc.

Chegará mais um 10 de Junho e o Sr. Presidente volta injustamente a condecorar figuras "notáveis"...

Aposto que ao fim de umas horas os mandaram para a rua e nem sequer lhes serviram uma refeição quente.

Está mal!

eu


dia 0