Hoje acordei confuso
Meditando no meu ser
Abro a janela e profuso
Num significado obtuso
Vejo a vida acontecer.
Vejo um Chapim a pular,
Um Albatroz a voar
E a rocha onde sossega,
Vejo os peixes do mar
E uma planície vasta
Um touro que ali pasta
E o forcado que o pega.
Vejo uma estrela cadente
Que há muito aconteceu
Uma bolota caída
E em cima vejo o céu.
Vejo um cipreste esticado
Amendoeira florida
Laranjeira em avenida
Um canavial vergado.
Vejo meninos que correm
Na terra, descalços pés
Ondas gigantes que morrem
E entram pelo convés.
Vejo o vento na proa
Uma bandeira rasgada
Um cacilheiro em Lisboa
Vejo tudo, vejo nada
Será que sou o que vejo?
Serei eu o universo?
Se sou, Braga e Alentejo
Andaluzia, Ribatejo.
Sou um qualquer lugarejo.
Despontado, num lampejo
É nisto que me revejo
E que resumo num verso
Hoje sou tudo isto, mas também o seu inverso.
sábado, 13 de dezembro de 2008
Quem sou
Publicada por
Carlos
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13.12.08
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Etiquetas: Poesia
Mercado
Toca o clarim,
Penso.
Sob a arcada principal,
Páro
Imobilizado pelo som.
Avanço, compassadamente
À direita, as laranjas e maçãs,
Alinhadas.
À esquerda,
O peixe brilhando sobre o gelo
Aprumado.
Quase nem via a florista
E dois ramos de rosas
Feiticeiras.
Percorro,
Esticado,
Retribuindo o rigor.
Observo ainda umas rendas,
Em orgulhosos panos.
Entro no café e oiço:
Vizinho, vai um café?
Estava quente,
O café,
E eu, no mercado.
Publicada por
Carlos
à(s)
13.12.08
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Etiquetas: Poesia
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
domingo, 7 de dezembro de 2008
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