quinta-feira, 10 de julho de 2008

Meio púrpura


Procura-me o entardecer,
vazio e escuro.
Magnetizado,
Luto, esbracejo, desisto e fujo.
Sobrevivo e volto, amiude.
Nas sombras púrpuras convivo,
A medo.

Quem me dera fosse luz, o novo dia.


Não vejo o mar azul, o céu infinito,
Não saboreio o mel.
Nenhum corpo é doce,
nem nenhum é meu.

No meu caderno escrevo
Alegria
Para não esquecer o alfabeto.

Marco a cadência e inspiro
e expiro.

Vou entrançando o tédio,
Fio a fio, com precisão,
que o tempo, esse existe.
Poderosas cordas
Que aguardam o momento,
a oportunidade,
de agarrar...
sei lá o quê.

Quem me dera fosse luz, o novo dia,
Que a noite, nem vê-la.

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