sábado, 4 de dezembro de 2010

No teu olhar

No teu olhar

No teu olhar vi

O mar

Vi no teu mar

Um pássaro preso

Que fizeras voar

Na liberdade vi

Caixas de música

Que embalavam

Pequenas bailarinas

No teu olhar

Carrinhos alinhados

Filas de soldadinhos

Vi saltos, correrias vi

Um queixo raspado

No teu olhar

E vi um menino

Um toque na campainha

Um Podes brincar?

Umas sapatilhas velhas, ou vividas

Um giz desfeito

Um tijolo, um caco

Um saco de búzios

Sem vida

Do mar

Vi livros e lápis

Riscar papel

Apagar, com cuspo

Passar borracha

Rasgar

Vi chorar

O teu olhar

E porque te vi chorar

Te beijo agora

A sorrir

No teu olhar vi

O mar

No teu mar

Um luar e uma rede

De embalar

O meu olhar

3 comentários:

Filipe Campos Melo disse...

Belíssimo e terno, teu poema.

Que bom poder reler tua poesia :)


Grande Abraço

Carlos disse...

Não imaginas a alegria que me dás ao saber-te pronto para me ler.
Não tenho sabido corresponder à tua amizade, que por isso mesmo é boa e de preservar.
Um grande abraço Filipe

nuno disse...

Bonito