terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Formiga e não Cigarra

A formiga vagueia no meu monitor,
perdida,
como tu!

Reparo que tem 3 pares de patas e mais duas patas ou antenas frontais,
apenas as patas do meio se movem vigorosamente,
agora está na parte preta, não a vejo,
espero também não a matar.

Que fará ela aqui?
Estará perdida? foge do carreiro? diverte-se nesta deambulação pelo desconhecido?

E tu? Que fazes tu aqui?

Velha Fábula em Bossa Nova , de Alexandre O'Neill

Minuciosa formiga
não tem que se lhe diga:
leva a sua palhinha
asinha, asinha.


Assim devera eu ser
e não esta cigarra
que se põe a cantar
e me deita a perder.


Assim devera eu ser:
de patinhas no chão,
formiguinha ao trabalho
e ao tostão.


Assim devera eu ser
se não fora
não querer.


(-Obrigado, formiga!
Mas a palha não cabe
onde você sabe...)

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