Crepes de chocolate
A vaca mergulhou na erva
O leite mergulhou no balde
O cacau mergulhou no crepe
Que mergulhou na barriga dos meninos
O papá mergulhou na escola
E mergulhou a massa na frigideira
E o crepe no prato
Antes de saltar para a barriga dos meninos
A Rosa mergulhou a farinha no leite
E os ovos
Mergulharam mais o sal e o azeite, tudo isto
Antes de saltarem para a barriga dos meninos
Depois veio a noite
E todos mergulharam na cama
Os sonhos mergulharam na cabeça dos meninos
E todos mergulharam no chocolate
Quando tiveram frio
Taparam-se com crepes
Por ocasião dos festejos do dia da família, na escola da pequena Conchinha.
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Receita - Crepes de chocolate
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Carlos
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26.5.10
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segunda-feira, 24 de maio de 2010
Praia Pequena
12x17 (x2). Papel não específico para aguarela (aliás, nada mesmo).
Desenho feito em casa. Como se vê, poderia ter mais informação.
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Carlos
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24.5.10
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segunda-feira, 17 de maio de 2010
Esperar
Esperar é algo que só recentemente aprendi a fazer.
Saber esperar é uma grande virtude, acredito.
Por vezes, enquanto espero, vejo-me, outras penso-me. Outras, ainda, desenho-me.
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Carlos
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17.5.10
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Etiquetas: Aguarela
sábado, 15 de maio de 2010
A onda gigante
Paulo subira na vida a pulso
Veio a onda gigante
E só ficou com os pulsos
Que acabou por cortar
Pedro fez a casa da sua vida
Veio a onda gigante
E da sua vida restaram umas pedras
Sob as quais acabariam por o enterrar
Ezequiel, viúvo, dois filhos
Veio a onda gigante
Valeu-lhe o mais velho que pagou as exéquias
O outro era artista, comprou flores
Dinis trabalhava duro
Veio a onda gigante
E foi mesmo duro que deram com ele
João rezava sempre
Veio a onda gigante
E de joelhos pede-se paz à sua alma
Maria da Felicidade tinha tudo para ser feliz
Veio a onda gigante
Depois, como imaginam
Foi-se
Simão amava o mar
No sinistro dia descansava
E não apanhou a onda gigante
Antes foi por ela apanhado
Como os demais
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Carlos
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15.5.10
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Etiquetas: Poesia
Os poetas foram crianças
Três homens seguiam por uma estrada
O primeiro foi para a esquerda
O segundo, para a direita
O terceiro foi poeta
Três mulheres seguiam por uma estrada
Uma foi para a esquerda
A segunda, para a direita
E a outra foi poeta
Três crianças seguiam por uma estrada
A primeira foi para a esquerda
A segunda, para a direita
A outra foi poeta
Três poetas seguiam por uma estrada
Um foi o homem de que falámos
Outro, a mulher
E o último destes, foi criança
Aliás todos os três poetas
Foram crianças
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Carlos
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15.5.10
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Etiquetas: Poesia
Não quero endireitar o mundo
Tenho tudo o que havia antes de adormecer. Tenho até sono
Que importa se a terra gira?
Já ontem o fazia…
Eu seguia o meu caminho
E em pé, como deitado, não caía
Não quero endireitar o mundo
Nem sou necessário
Sem missão, apenas sonho
O vento forte levanta tudo.
De uma só vez
Vão mesas e cadeiras. Voam
Observo as copas
E sou a felicidade das aves
Sou a alegria da aranha
Que levitando vai
Assim, mas sem teia, eu.
Daqui vejo um senhor
(certamente avô, ou melhor,
Com óculos e cabelo de avô)
O senhor, dizia
Faz as palavras cruzadas
E lê as novas do dia.
Recusa-se a crer que voou
O avô.
Sobe, senhor, sonha, avô
(Antes um realista, que a solidão
Aqui, onde estou)
O cão, incrédulo, ladra
O cinzeiro recebe a cinza
E eu…
A verdade?
Sim, que sonho por aí…
Que voo em busca da verdade
Sim, que tenho a força de endireitar o mundo
Mas a realidade é que
Não quero
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Carlos
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15.5.10
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quinta-feira, 13 de maio de 2010
quinta-feira, 6 de maio de 2010
terça-feira, 4 de maio de 2010
03.2010
Peguei numa esferográfica, num caderno barato e numa pequena cx de aguarelas e
Fiquei muito satisfeito com as experiências.
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Carlos
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4.5.10
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