sábado, 13 de dezembro de 2008

Mercado

Toca o clarim,
Penso.
Sob a arcada principal,
Páro
Imobilizado pelo som.
Avanço, compassadamente
À direita, as laranjas e maçãs,
Alinhadas.
À esquerda,
O peixe brilhando sobre o gelo
Aprumado.
Quase nem via a florista
E dois ramos de rosas
Feiticeiras.
Percorro,
Esticado,
Retribuindo o rigor.
Observo ainda umas rendas,
Em orgulhosos panos.
Entro no café e oiço:
Vizinho, vai um café?
Estava quente,
O café,
E eu, no mercado.

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