Mal aparece o Sol,
Já duas gaivotas bailam, rodopiando.
Uma multidão sai do cais,
Eu vou andando.
Está frio.
O Tejo verde,
Com um toque de azul, mas pouco.
Observo as pessoas e as tainhas.
Ambas se amontoam,
Penso.
Fixo-me agora nos sons.
O do semáforo, cadenciado
Enriquece a melodia.
Aproveito e atravesso.
Esquivo-me às arcadas evitando a gente que corre
Para atravessar o arco da Rua Augusta.
De imediato recuso dois relógios de ouro.
Reparo que já não me propõem haxixe…
Estou velho.
Estou visivelmente velho.
Dois rapazes vendem bugigangas
Que não compro, nem aprecio,
Mas aproveito o espelho e confirmo a minha idade.
Choro, por dentro.
Nada mais penso até entrar no comboio.
Da janela vejo que aqui são os pombos que imitam as pessoas,
Empurrando-se por migalhas secas de pão.
Amanhã,
Quando regressar,
Perderei (novamente) a consciência
E farei como eles.
sábado, 6 de dezembro de 2008
Dia de folga
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