quarta-feira, 1 de julho de 2009

Minipoema da madrugada, para Alberto Caeiro

Minipoema da madrugada, para Alberto Caeiro

“A espantosa realidade das coisas
É a minha descoberta de todos os dias.
Cada coisa é o que é,
E é difícil explicar a alguém o quanto isso me alegra,
E quanto isso me basta”

Melros dialogam com o galo
Chapins chilreiam
Piscos saltitam alegremente
No meu quintal
E quanto isso me basta

Ouço o primeiro comboio
Destino Lisboa
Levianamente fumo um cigarro
Enquanto isso me basta
Mas é cedo e regresso ao sono.


A primeira estrofe é extraída de “Poemas inconjuntos”, Alberto Caeiro, Poesia, Assírio &Alvim, Lisboa, 2001, que conheci no Livro”wordsong Pessoa”, wordsong, 101 noites e Transformadores, Lisboa, 2006

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