quinta-feira, 30 de julho de 2009

Biologia do poema da criança que chora

Há um poema duma criança que chora
Que não te deixa indiferente
Toca-me a tua revolta e
Não resisto a dissecá-lo

Estrofe, verso, palavra, letra
Paro numa qualquer vogal
Aproveito a pausa e
Foco um ó

Ao primeiro corte obtenho dois cês mas
Não me detenho e recorto.
Surge a molécula
E átomos, por fim
(Limitações económicas levam-me a assumir o átomo como indivisível)

TODOS OS ÁTOMOS SÃO IGUAIS

Onde acaba a criança que chora e começas tu?
Lágrimas, letras, papel
Dor, ardor, horror
Sou tu
Sou papel
Sou tinta, letra, lágrima, lápis, luz e lua
Sou átomo, astro, criança, criação

Sou a criança que chora, por temor
Que abraças agora, como a mim
Em teus braços não existe fim.
Eu sou tudo, meu amor

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