Era uma vez
Treze homens a uma mesa
Treze garfos
Treze facas de trinchar
Que eu já não conto.
Músicos também treze
Tocam músicas de embalar
A morte.
O cheiro a carne tostada,
Adocicado,
Perturba os treze,
Que debaixo das suas vestes,
Negras e triunfais,
Não resistem aos enjoos
Curvam-se.
Um a um, até treze,
Vomitam angustiados.
Das suas mãos enfraquecidas
Pende o talher.
A rúcula já não é viçosa,
-Como estou quente, penso
E estalo.
Tento mexer-me mas não consigo
Talvez bebesse vinho, se pudesse
Paciência, penso se vedado me está o falar
Em pensamento esboço também um sorriso
Um sorriso de quem assiste ao seu último triunfo
Um sorriso de glória.
Treze, vivos, com medo da morte.
A minha querida morte, que agora os enjoa.
-Mataram-me, agora comam-me! Grito, por dentro.
Lá fora a manhã, cada vez mais cinzenta…
Um canário esvoaça, livre.
E eu arrefeço.
domingo, 15 de fevereiro de 2009
Morrer a rir
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