sábado, 21 de fevereiro de 2009

7 e 41

Pontualidade
Britânica, ou talvez suiça
Aparelhagem.
Todos os dias, por duas vezes
O relógio parado da cozinha
Dá horas certas.
Não mais, nem menos,
Duas vezes ao dia
O dia bate certo com o relógio.
Pudesse eu mandar no tempo e
Como correria um dia
P´ra estancar no seguinte.
A eterna indecisão entre
A ânsia do futuro
E o medo do passado. Mas
É o tempo quem lidera
E se esconde
Atrás do que já não é. Mas
O relógio parado da cozinha,
Sem passado, nem futuro
Está avariado, o tempo
Só eu, eu vou andando.
Certo é que morrerei
E na cozinha, parado
O relógio
Às 7 e 41.

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