segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Sabes?

Sabes?
(Talvez nunca me tenha assim dirigido a ti)
É que hoje vi o brilho dos teus olhos
E senti com urgência uma força a puxar-me as palavras
E o choro, talvez
Já ontem o sentira, enquanto esperávamos o cacilheiro
E víamos as gaivotas, devotas do tejo
Em voos rasantes
Mas, sabes?
(Desculpa-me se me perco)
Cada vez vejo mais claramente
Como somos iguais, ou não foramos pai e filho!
Sabes que uma vez vi um homem partir um copo na mão
E gritar Eu sou do Ribatejo!
Percebi logo que tinha carácter, ele
E eu,
agora que me correm da boca palavras como da sua mão escorreu sangue
E que com essa mesma força me bate o coração
Digo-te que sei que não sabes que a força se revela de variadas formas
Que ainda não controlas a espada que te vai na alma e que faz o sangue correr
Mas ainda assim arrisco a dizer-te
Sabes?
Às vezes, sou o homem mais feliz do mundo!

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