terça-feira, 5 de maio de 2009

O frio, o céu e as galinhas

Parte I

Saber se vivo ou sobrevivo…

Ousado, o Hibisco
Insiste em abrir.
Absorve raios de sol
Que eu não encontro
Capacidade intrínseca, a sua
Que eu não partilho
Assim me arrepio
E tapo
Como o céu.


O céu amortece-me do abismo da realidade
Mas não este céu


Parte II

O horizonte desenha-se, azul
No branco puro das nuvens
Que o sol, envergonhado, rasga

Faltam-me as palavras
Que não busco com a mente
Imersa no céu, suspensa

Pardais mendigam migalhas mantendo distância
E repito


Parte III

Uma galinha, em voo rasante
Atravessa o bar do hotel
É a Páscoa, penso
É a galinha, dizem
Apanhei-a, qual herói
(Sempre soube apanhar uma galinha)
Mas isso não sabem eles.
É um saber que
Cedo ou tarde
O destino me levaria a valorizar.
(Amanhã chegam os patos e os coelhos).

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