Era o Outono.
As folhas caíam.
O céu antecipava saudades
Dos que em breve rumariam ao Sul,
Mas ainda não chorava.
O nó na garganta…
Estava escuro.
Já não importa se era quase dia ou quase noite.
Apenas escuro.
As despedidas, purpureas
Não se destacavam,
Nem o padre viria de uma só cor.
Estava escuro, o Outono.
Se ao menos chovesse
Poderia sentir a terra,
Limpa, cheirosa…
Tremiam-lhe as pernas,
Tentou resistir, unindo os joelhos.
Amen, naquele dia soara-lhe a eternidade,
Uma vibração cósmica unificadora do universo…
Cinco minutos bastariam para rever toda uma vida…
Mas já não os tinha.
Pequenas pedras ecoam agora no pinho
E os sinos, incansáveis, anunciam o silêncio.
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
Fim
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário